UMA CONVENÇÃO MAIS JUSTA SEM EXIGIR NOSSO SOFRIMENTO

UMA CONVENÇÃO MAIS JUSTA SEM EXIGIR NOSSO SOFRIMENTO

19 de abril de 2024 0 Por Sinpospetro-BH

O longo tempo de negociações para chegarmos ao entendimento sobre a Convenção Coletiva de Trabalho é algo que os trabalhadores certamente têm grande dificuldade de compreender, principalmente diante de um resultado em que podemos comemorar, como uma vitória da categoria. Se os patrões puderam chegar nestes termos em que a Convenção é aprovada, não justifica tanto tempo de sacrifício dos trabalhadores e tentativas repetidas nas mesas de negociações de tentar prejudicar algum benefício, como foram os casos da PLR e Cesta Básica, além da pressão para arrochar salários. Poderíamos muito bem ter resolvido a Convenção antes do final do ano, para que os trabalhadores tivessem motivos de festa natalina, sem precisar das empresas estarem agora programando pagamentos das diferenças dos meses em que recebemos os salários sem o reajuste.
O presidente do SINPOSPETRO-BH, Possidônio Valença, lembra que “as negociações, como sempre, foram muito difíceis. Os patrões, que pagaram PLR de R$ 450 no acordo anterior, queriam reduzir o valor para R$ 100. Para os salários, queriam aplicar um reajuste de 3,1%, abaixo do INPC acumulado de 4,14%.” Possidônio registra que “foi necessária muita pressão das direções do SINPOSPETRO-BH e demais sindicatos que representam a categoria, para revertermos a inflexibilidade patronal, procuramos demonstrar a remuneração praticada nos postos como piso salarial já superada pelo salário mínimo e que os trabalhadores sentiam fortemente a queda do poder aquisitivo diante de escalada de preços no mercado, impedindo os frentistas de fazerem um planejamento de sustentabilidade familiar”.
Tivemos que superar a pressão patronal, muitos postos afixando cartazes de oferta de emprego, como uma mensagem velada de assédio, pela possibilidade de substituição de mão de obra. Nas sete reuniões com os patrões, os sindicatos se mantiveram firmes, denunciando abusos e não abrindo mão das condições de trabalho para uma categoria sofrida, de serviço essencial, que enfrenta a violência, os assaltos e que vivia ainda aflita pela falta de uma melhor valorização para sustentarem suas famílias.
Temos ainda salários baixos na categoria, mas esta negociação, que transcorreu com responsabilidade e consciência, pode ser o início de revertermos as condições de trabalho e de salários dos frentistas para um reconhecimento mais justo”.